quinta-feira, 9 de junho de 2011

"O cotidiano de um fotojornalista é ir do inferno ao céu em apenas um dia."

Em entrevista a revista Digital Photographer Brasil, o fotojornalista do jornal paulistano Folha de S. Paulo, Daniel Marenco, após a cobertura do velório dos estudantes mortos no massacre da escola em Realengo e preparando seus instrumentos de trabalho para a próxima pauta: um show da Natalie Cole, revela sua trajetória.

Seu primeiro contato com a fotografia profissional foi, quando ainda na faculdade de Educação Física, precisando pagar suas contas, conseguiu um emprego em uma assessoria de imprensa. Incentivado pelo jornalista Antonio Barcelos, responsável pelo informativo corporativo, aprendeu as noções básicas e passou a cobrir as sonolentas reuniões da empresa.

Entre os cursos de educação física e administração de empresas e sem saber o que realmente queria, ingressou no jornalismo da Unisinos, que tinha fotografia como cadeira meramente optativa. Não satisfeito, e decidido a focar na área fotográfica, buscou cursos paralelos à faculdade.

Uma oficina de João Wainer foi o que determinou sua direção para o fotojornalismo. Vencidos alguns obstáculos, a aquisição do primeiro pacote digital; a montagem do portfólio e a barreira da timidez, conquistou a admissão na redação do Diário Gaúcho como um fotojornalista nato.

Paralelo ao jornal, desenvolveu trabalhos autorais como o ensaio com o Circo Español, material que esta sendo editado para, talvez, transformar-se em livro; e as fotografias da vida dentro do Presídio Central de Porto Alegre. Questionado até onde vai por um foto, responde "Eu vou até onde me sinto seguro."

No fim de 2009, ganhou o prêmio Leica e foi indicado ao Esso. No começo de 2010, após um processo de seleção foi contratado pelo jornal de maior circulação do país, a Folha de S. Paulo. Mesmo com um currículo invejável, Daniel não para, sempre envolvido com festivais, novas oficinas e mais estudos.

Como dica para os iniciantes ele deixa: " Gostar do que faz: eu entrei em cada roubada para fotografar! Buscar referências: a técnica é matemática, uma combinação de números. Estudar tudo que puder: o olhar é um aprendizado, tu não vais começar a andar de bicicleta já empinando. E para fotojornalistas, especificamente: aprendam a legendar suas fotos!"


Assaltante baleado no centro de Porto Alegre. 2007.



Incêndio na Favela Tiquatira, zona leste de São Paulo. 2010.




Assaltante com refém em Canoas/ RS, 2007.



Palhaço nina seu filho antes do espetáculo, 2009.



Cortina do Picadeiro, RS. 2008.



Fonte: Revista Digital Photographer Brasil, edição 08.

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